Como um barco na ondulação
Não sei onde estou
Não sinto o coração.
Procuro os meus remos
Mas não os consigo encontrar
Na costa vejo pessoas
Que tanto quis amar.
Vejo rostos conhecidos
E outros que já não me lembrava
Vejo os meus amigos
E outros que já não me recordava.
Mas nisto o barco anda
E eu vou com ele
Sinto um enorme arrepio
Que me percorre toda a pele.
Luto contra a maré
Mas o mau esforço é em vão
As pessoas que via na costa
À minha espera já não estão.
Então deixo-me levar
Pela corrente fria
Onde estão todas as pessoas
Que ao meu lado queria?
Sentada neste barco
Que cada vez me parece maior
Sinto-me indefesa
E que tudo pode correr pior.
Mas numa tentativa desesperada
Salto para o mar
Esforçando o meu corpo
Para a minha costa chegar.
Mas já estou muito longe
E o meu corpo começa a fraquejar
Sinto que fiz o que pude
E que está na hora de deixar.
Dou a ultima braçada
Mas já não consigo aguentar
Sinto o meu corpo pesado
Já não consigo lutar.
Dou o último suspiro
E deixo-me ir
Já no fundo do oceano
Revejo todas aquelas pessoas a sorrir.
Afinal não me deixaram
E até lutaram por mim
Só aí me consegui aperceber
Que uma amizade pode não ter fim!”
Natacha Silva
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